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Projeto de P&D da Cemig desenvolve ferramenta para otimização da operação de usinas hidrelétricas

“Plataforma Inflower” proporciona interface mais amigável junto ao ONS

Desenvolver metodologias e ferramentas computacionais para a otimização da programação diária de usinas hidrelétricas. Esse foi o objetivo do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) GT588 – “Desenvolvimento de sistema computacional para o planejamento do despacho considerando múltiplos objetivos, com integrações e funcionalidades multi-usuários”, desenvolvido pela Cemig dentro do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (P&D) regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O produto final do projeto – que começou a ser executado pela Enacom Engenharia Assistida por Computador no ano de 2018 e foi concluído no último mês de setembro – é um aplicativo web desenvolvido em Java, chamado de “Plataforma Inflower”, que já se encontra em operação, utilizado pela equipe de programação de geração da Gerência de Planejamento Energético da Cemig.

A Plataforma Inflower substitui um conjunto de interfaces e planilhas em Excel para atendimento e é capaz de produzir um resultado otimizado do despacho energético de 16 usinas operadas pela empresa. A ferramenta possui registro junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) e está em fase de licenciamento para comercialização junto a outros agentes.

A nova interface tem sido uma poderosa ferramenta para atendimento às tratativas de revisão do programa de despacho do DESSEM – modelo computacional de otimização de despacho do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) – já que existem muitas restrições operativas que o ONS não consegue contemplar em sua modelagem diária da alocação de energia entre as usinas. Também foram desenvolvidos novos métodos para contemplar restrições importantes do despacho da geração, garantindo uma interface mais fluida com o ONS e produtos mais assertivos para a implementação do programa de despacho hidrelétrico.

Ganhos em produtividade e agilidade

Com a plataforma, a Cemig passa a ser mais assertiva e ágil, maximizando a geração de energia e evitando danos ambientais quanto à violação de vazões mínimas e máximas e manobras de vertedouros, por exemplo. É o que explica Diogo Carneiro Ribeiro Bueno Martins, engenheiro de planejamento hidroenergético da Cemig e gerente do projeto.

A aplicação também teve como finalidade, além da otimização da proposta de geração diária das usinas, criar uma interface voltada para a produtividade, assertividade e confiabilidade da equipe responsável pela atividade. “Será possível minimizar desvios entre o programado para determinada usina e o realizado em tempo real”, afirma o especialista.

Uma das finalidades da iniciativa foi estender os resultados metodológicos alcançados no projeto GT463, que desenvolveu metodologia e ferramentas computacionais multicritério para operação de usinas hidrelétricas, em uma etapa de pesquisa básica, realizada entre os anos de 2011 e 2014, que subsidiou o ferramental de otimização do sistema criado no GT588. “O foco dessa etapa foi desenvolver a metodologia que poderá ser aplicada no planejamento ótimo de paradas de geração de parte do parque gerador, onde algumas usinas compensam a parada de outras”, explica o engenheiro. “Desta forma, os resultados do projeto GT463 foram utilizados para desenvolver um sistema mais amigável, seguro e de alta performance aos usuários”, completa.

Produção acadêmica

Como entrega final do projeto, ainda foram aprovados dois artigos no Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (SNPTEE) e um artigo internacional no Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE), além da formação de um doutorando e um mestrando.

O custo total do projeto foi de R$ 2,4 milhões, por meio de recursos do Programa P&D regulado pela Aneel.

 

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