Dia do Planeta: equipe da Cemig desenvolve técnica que impede emissão de gás do efeito estufa na atmosfera
Método reaproveita o hexafluoreto de enxofre (SF6), utilizado como isolante elétrico, que é bem mais prejudicial ambiente que o dióxido de carbono (CO2)
22/04/24
O dia 22 de abril é considerado em todo o mundo o Dia do Planeta Terra. A data é mais uma oportunidade de a sociedade refletir sobre o papel de cada um na preservação do meio ambiente. Alinhados com o compromisso da Cemig com o desenvolvimento sustentável, técnicos da empresa desenvolveram uma técnica simples e econômica para evitar a emissão na atmosfera de um gás altamente contribuinte o efeito estufa, o hexafluoreto de enxofre (SF6), utilizado principalmente em equipamentos elétricos. A metodologia também promove o reuso do produto, gerando redução de custos e de mais emissões indiretas.
O SF6, como é mais conhecido no meio elétrico, é um gás artificial utilizado principalmente como isolante e refrigerante em equipamentos como disjuntores, religadores e chaves, entre outros. Ele ainda evita a formação do chamado “arco elétrico”, que pode danificar os equipamentos em subestações e provocar interrupções do fornecimento energia. No entanto, há a necessidade de troca periódica do gás para que ele não perca a eficácia.
Como é incolor, inodoro, não-inflamável e sem toxidade para os serem humanos, o SF6 é comumente liberado na atmosfera. Porém, por causa de suas propriedades, ele contribui significativamente para o aumento do efeito estufa, cerca de 23 mil vezes mais do que o dióxido de carbono (CO2). Acredita-se que 80% do volume de SF6 existente no mundo está concentrado no setor elétrico.
Eficiência de 90%
Há alguns anos, técnicos de setor de manutenção de equipamentos da Cemig observaram o comportamento do gás durante a troca, percebendo que parte dele se liquefazia e congelava, mas sem as impurezas. Após um período de pesquisas e testes, a equipe chegou a um método viável para evitar o descarte do SF6.
“Durante a troca preventiva, o gás contaminado é armazenado em cilindros. Em seguida, a substância é submetida a um processo chamado de ‘criogenia’, onde o gás é congelado para fazer a separação e retirada das impurezas. Conseguimos recuperar cerca de 90% do volume do SF6 que havia sido retirado, que fica pronto para ser reutilizado”, detalha o supervisor técnico de Manutenção da Transmissão da Cemig, Bruno Couto Ribeiro.
O profissional esclarece que a metodologia desenvolvida pela equipe é relativamente simples e pode ser aplicada em qualquer local que tenha necessidade de fazer esse tipo de manutenção. “Para o tratamento, utilizamos uma máquina de recuperação de gás, um freezer comum, cilindros vazios descontaminados, cilindros cheios com o SF6 contaminado para serem tratados e um instrumento de medição de qualidade de gás. Nosso processo não utiliza nenhum tipo de filtro específico para tratar o gás, apenas os controles de temperatura e pressão”, conta. Para o tratamento, utilizamos uma máquina de recuperação de gás, um freezer comum, cilindros vazios descontaminados, cilindros cheios com o SF6 contaminado para serem tratados e um instrumento de medição de qualidade de gás. Nosso processo não utiliza nenhum tipo de filtro específico para tratar o gás, apenas os controles de temperatura e pressão”, conta.
Discussão mundial
Com a demanda crescente de energia e a eletrificação das economias, muitos países estão vendo com preocupação o consequente aumento do uso do SF6. A União Europeia, por exemplo, já decidiu endurecer a regulação do uso de gases do tipo a partir de 2026, exceto quando não há tecnologia para substitui-lo. Portanto, a tendência é que todo o setor elétrico se esforce neste sentido.
“Já disseminamos essa prática para as outras equipes de manutenção da Gerência de Operações de Transmissão (AT/GO) em um treinamento realizado no ano passado, e estas equipes estão em fase inicial de realização de tratamento. Além disso, já apresentamos esse trabalho em seminários técnicos internos visando a utilização a nível estadual”, explica Ribeiro.
Além das vantagens ambientais, a técnica de reuso do SF6 também gera economia na gestão dos materiais e no gasto com destinação correta do produto. Desde 2020, somente uma equipe de manutenção da Cemig conseguiu economizar R$ 165 mil com o processo. “Esse montante representa o gasto que a empresa teria para comprar novas cargas de gás e para enviar o gás impuro para tratamento, incluindo o frete, que também emitiria mais GEE. Com a nossa técnica, o gás contaminado é armazenado nos cilindros e entra no processo de tratamento novamente. Ou seja, hoje não temos a necessidade nem de descartar esse gás impuro, fazendo o reuso total”, ressalta o supervisor.
Net Zero
A Cemig tem um forte compromisso com a sustentabilidade e as melhores práticas ESG. Em 2022, a empresa assinou a participação no Movimento Ambição Net Zero, do Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU). O pacto da Cemig tem duas metas centrais: a redução da intensidade de emissões de gases de efeito estufa até 2030, alinhada com a ciência climática, que indica a ação como necessária para limitar o aquecimento global a 1,5°C com relação aos níveis pré-industriais, e a ambição de zerar as emissões líquidas de carbono até 2040.
Por sua atuação sustentável, a Cemig faz parte dos principais índices de sustentabilidade do mundo. Como exemplo, a empresa é a única do setor elétrico da América Latina a fazer parte do Índice Dow Jones de Sustentabilidade desde a sua criação, em 1999.
“A Cemig já é uma referência internacional em sustentabilidade, pois oferece ao mercado uma energia 100% produzida por meio de fontes renováveis. Iniciativas como essa mostram que o compromisso com as melhores práticas ambientais está cada vez mais forte na consciência dos colaboradores, que trabalham tendo como premissa a contribuição individual e coletiva para uma gestão mais sustentável dos recursos da companhia, para que a Cemig alcance mais rapidamente seus objetivos internos de neutralização das emissões de gases de efeito estufa e para a descarbonização da economia mineira como um todo”, afirma da diretora de Comunicação e Sustentabilidade da Cemig, Cristiana Kumaira.
Crédito da foto: Cemig/Divulgação
Legenda: O processo, desenvolvido por técnicos da empresa, consiste em uma técnica simples e econômica para evitar a emissão na atmosfera de um gás altamente contribuinte o efeito estufa, o hexafluoreto de enxofre (SF6), utilizado principalmente em equipamentos elétricos.