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Cemig desenvolve projeto de P&D para otimizar operação e manutenção de usinas

Iniciativa é parceria com outras empresas do setor e já apresenta resultados para a Geração da companhia

A Cemig se uniu a outras empresas do setor elétrico em uma parceria para viabilizar a realização do projeto de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) denominado “GT0596 – CS Cabeça de Série do Sistema de Registro de Informações Gerenciais (SRIG)”. A iniciativa foi proposta pela AQTech Engenharia e Instrumentação, com participação da COPPEX Serviços Especializados em Sistema Elétricos de Potência, além da Cemig, dentro do programa de P&D regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), para o desenvolvimento de um sistema protótipo intitulado “Sistema de Registro de Informações Gerenciais (SRIG)”. O SRIG é composto por um conjunto de módulos de hardware e software que viabiliza o registro de informações gerenciais para apoio à Operação e Manutenção (O&M) de usinas de Geração.

Com custo total da ordem de R$ 2,9 milhões – sendo 86% do valor financiado pela Cemig, por meio de recursos do Programa de P&D regulado pela ANEEL –, o projeto teve início em 2017, com previsão de conclusão em 2021, mas já apresenta resultados.

O objetivo da iniciativa é o aperfeiçoamento do protótipo obtido no projeto “GT 335 – DE Sistema de Registro de Informações Gerenciais para Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs)”, executado pela Cemig em parceria com a AQTech e a COPPEX e implantado na infraestrutura corporativa de Tecnologia da Informação da companhia, atendendo à engenharia de manutenção preditiva das usinas.

O aperfeiçoamento do protótipo resultante do projeto GT 335, denominado à época de “SRIG-PCH Cemig”, visa a melhoria da especificação e do desenho e arquitetura do produto, eliminando dificuldades identificadas para reprodução e aplicação em escala, e está alinhada com demandas do setor elétrico.

A evolução do sistema em termos de aplicabilidade para aproveitamentos hídricos de PCHs e usinas hidrelétricas (UHE) e a expansão das funcionalidades para gestão de plantas hídricas traz o estado da arte de sistemas Business Intelligence (BI) e Plant Information Management Systems (PIMS) para equipes da Cemig e contribui positivamente para o aumento da eficiência das decisões de negócio da empresa.

O projeto engloba a aplicação piloto do produto cabeça de série na máquina 4 da UHE Sá Carvalho, da Cemig, localizada no município de Antônio Dias, na região do Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Após a conclusão do projeto, a Cemig irá obter um sistema que poderá ser usado como modelo para melhoria dos processos internos de geração de energia e de gestão das usinas, por meio do monitoramento permanente dos sistemas de geração, com disponibilização de informações gerenciais.

Resultados

O projeto já apresenta resultados relevantes. “Com o advento das novas leis de concessões no setor elétrico, é de especial importância que as avaliações de negócio – retorno de investimento ou mesmo da sustentabilidade econômica – da Cemig sejam realizadas de maneira minuciosa e o mais próximo possível da realidade. Para a Cemig, além da cabeça de série do SRIG, já foram desenvolvidos dois cabeças de série da unidade de aquisição de dados com funções de aquisição, registro e disponibilização na forma digital e em rede das grandezas monitoradas na unidade geradora de energia. Eles são compostos por hardware otimizado de processamento e digitalização de sinais, módulos de condicionamento, interface de comunicação tipo ethernet e software embarcado”, explica Pedro Alberto Castello Branco Resende, engenheiro de Planejamento de Manutenção Mecânica da Geração da Cemig e gerente do projeto pela companhia.

Também já foi desenvolvido um cabeça de série de software para o sistema de informações gerenciais e de publicação dos dados. “O objetivo é concentrar dados, estruturar informações e gerar relatórios para análise de desempenho do sistema gerador e se comunicar com o datacenter web”, explica o responsável pelo projeto.

Para a indústria, os resultados da pesquisa serão referência técnica e experimental para a evolução e criação de produtos e serviços voltados a aplicações em plantas de geração de energia. “O setor industrial também é fortalecido pela geração de tecnologia nacional, agregando o estado da arte em sistemas de gestão de plantas geradoras baseadas em dados reais de operação”, completa Pedro.

O setor elétrico também se beneficia do projeto. É o que explica o engenheiro: “Atualmente, as hidrelétricas representam cerca de 70% da geração de energia no Brasil, o que demostra a importância de se aproveitar melhor esta capacidade de geração de energia, considerada uma fonte renovável com impactos ambientais relativamente reduzidos. Observa-se no mercado internacional uma tendência mais agressiva do mercado de comercialização da energia, onde são aplicados sistemas complexos de acompanhamento da demanda, de monitoramento da geração e de otimização da rentabilidade das usinas de geração de energia elétrica. Esta tendência conduz a um reflexo no mercado brasileiro, que oportuniza espaço para as soluções como a proposta neste projeto”, avalia.

 

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