Recursos hídricos
Entenda como a Cemig utiliza os recursos hídricos nas usinas, as quais utilizam somente a água como matéria-prima
Você sabia que, no Brasil está concentrada uma das maiores reservas de água doce do mundo? As águas superficiais geradas em nosso território representam cerca de 50% do total dos recursos da América do Sul e 11% dos recursos mundiais.
Aqui na Cemig, fazemos uso de recursos hídricos para a geração de energia elétrica por meio de nossas usinas hidrelétricas, cuja matéria prima é 100% água. Essa água utilizada para geração de energia não é consumida: ela passa pelas turbinas e retorna imediatamente para o rio, seguindo seu caminho natural.
Os reservatórios construídos para acumular água para geração de energia elétrica, auxiliam na regularização da disponibilidade hídrica da bacia hidrográfica. Eles proporcionam vazões maiores durante os períodos de seca ou de crise hídrica e minimizam enchentes durante o período chuvoso.
A previsão meteorológica e o monitoramento constante da chuva e do nível de água nos reservatórios e nos rios são fundamentais para a gestão do volume de armazenamento dos aproveitamentos hidrelétricos. Para nos auxiliar, possuímos uma rede ampla de estações automáticas de medição, que envia dados em tempo real para que o planejamento de operação das comportas e da geração de energia seja otimizado.
Além das vantagens da regularização, a água armazenada no reservatório pode também ser utilizada para outras finalidades como:
- Abastecimento humano e industrial;
- Irrigação;
- Navegação;
- Pesca e Aquicultura( criação de peixes em tanques-rede);
- Turismo e lazer, proporcionando benefícios para a bacia hidrográfica.
Para promover o aproveitamento sustentável da água, nossa equipe técnica busca, constantemente, o aprimoramento constante por meio de especializações, mestrados e doutorados, treinamentos, participações em seminários nacionais e internacionais e em projetos de Pesquisa e Desenvolvimento – P&D junto à ANEEL.
Nº | Título | Objetivo Principal | Instituições Envolvidas | Coordenador | Período |
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P&D 599 | Processos Ecológicos: Desenvolvimento de Novas Ecotecnologias de Diagnóstico e Processos Ambientais (PROECOS) | Avaliar processos ecológicos para desenvolver novas ecotecnologias de avaliação de qualidade ambiental com base no conhecimento de processos ecossistêmicos chave ligados a integridade funcional de bacias hidrográficas de reservatórios hidrelétricos, subsidiando e capacitando gestores ambientais na tomada de decisões adequadas e sustentáveis. | UFMG | Marcos Callisto | 2018-2022 |
P&D 604 | Controle do Mexilhão Dourado: Bioengenharia e novos materiais para aplicações em ecossistemas e usinas hidrelétricas - Fase 2 | Desenvolver metodologias de apoio a políticas mitigadoras no combate ao mexilhão-dourado e espécies invasoras de usinas hidrelétricas, combinando os produtos e ações de Tecnologia Social e Internet já desenvolvidas pelo grupo de pesquisa CBEIH (Centro de Bioengenharia de Espécies invasoras). | UFOP | Paulo Santos Assis | 2018-2022 |
P&D 607 | Monitoramento Inteligente da qualidade da água em reservatórios hidrelétricos através do desenvolvimento de um algoritmo fotogramétrico | Desenvolver um algoritmo para a análise e o monitoramento remoto da qualidade da água de reservatórios de usinas hidrelétricas e de captação de água. Nesse sentido, o algoritmo permite aumentar a disponibilidade e a precisão dos dados obtidos com o monitoramento ambiental da qualidade da água e do entorno de reservatórios através do processamento de imagens de alta resolução, obtidas por Veículos Aéreos Não Tripulados (VANTs) em combinação com imagens de satélite e dados tradicionalmente obtidos em campo. | UFMG, Instituto Teia | Camila Costa de Amorim Amaral | 2019-2023 |
P&D 610 | Integridade Ecológica de Lagoas Marginais para Conservação da Biodiversidade do Rio São Francisco | Avaliar a integridade ecológica de lagoas marginais do alto e médio São Francisco, em Minas Gerais, em articulação à gestão operacional do reservatório da UHE Três Marias, além da integração com as comunidades locais, com vistas à conservação da biodiversidade do rio São Francisco. | SENAI, PUC-Minas, AXXIOM, Detalhes, UFMG | Mariana d’Avila Fonseca Paiva de Paula Freitas, Sylvia Therese Meyer Ribeiro, Paulo Vagner dos Santos | 2018-2022 |
P&D 633 | Detecção e avaliação de herbicidas no controle de macrófitas e seus efeitos sobre o meio aquático | Oportunidade de atendimento às necessidades do setor elétrico, que possibilitará uma melhoria no processo interno através da redução dos impactos ambientais e econômicos decorrentes da proliferação de macrófitas aquáticas invasoras em reservatórios de usinas hidrelétricas. | SENAI, UFMG | Mônica de Cássia Souza Campos | 2018-2022 |
No Brasil, desde a instituição da Política Nacional de Recursos Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos com a publicação da Lei nº 9.433 em 1997, a utilização da água é discutida em Órgãos colegiados de Gestão de Recursos Hídricos com a participação do poder público, da sociedade civil e dos usuários.
A gestão de recursos hídricos envolve um conjunto de ações destinadas a regular seu uso, controle e proteção, em conformidade com a legislação e normas pertinentes. Essa legislação é elaborada pelos poderes legislativo e executivo, e por órgãos colegiados e deliberativos que compõem os Sistemas Nacional e Estadual de Gestão de Recursos Hídricos.
Por fazer uso da água, a Cemig participa de forma atuante e estratégica da formulação de leis e normas da Política e do Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos. A empresa se faz presente nas discussões técnicas dos principais colegiados de formulação de regras e estabelecimento de diretrizes, como:
- o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH);
- o Conselho Estadual de Recursos Hídricos (CERH);
- os Comitês de Bacias Hidrográficas Federais e Estaduais;
- as Câmaras Técnicas;
- os Grupos de Trabalho, com destaque para aqueles que tratam da elaboração de planos diretores de recursos hídricos, da regulamentação da Outorga e da Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos.
Assim, representamos os usuários de recursos hídricos para geração de energia hidrelétrica no Conselho Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Minas Gerais (CERH/MG), em 04 comitês de bacias hidrográficas de rios de domínio da União e 20 comitês de bacias hidrográficas de rios de domínio estadual.
Comitês de Bacias Hidrográficas
Os Comitês de Bacias Hidrográficas são grupos de gestão compostos por representantes dos três níveis do poder público (federal, estadual e municipal), usuários da água e sociedade civil. É por meio de discussões e negociações democráticas, que esses comitês avaliam os reais e diferentes interesses sobre os usos das águas das bacias hidrográficas.
As principais decisões tomadas pelo comitê são:
- Aprovar e acompanhar a elaboração do Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia, que reúne informações estratégicas para a gestão das águas em cada bacia;
- Arbitrar conflitos pelo uso da água (em primeira instância administrativa);
Estabelecer mecanismos e sugerir os valores da cobrança pelo uso da água.
Monitoramento da qualidade da água
Além da gestão dos recursos hídricos, promovemos campanhas informativas a respeito dos aspectos que possam interferir na qualidade de água e na geração de energia, como, por exemplo, sobre o mexilhão dourado, cianobactérias, macrófitas aquáticas, assoreamento de reservatório, ferro-bactérias, entre outros.
Realizamos também, em todas as nossas usinas, o controle de efluentes inorgânicos e orgânicos e da água potável utilizada pelos empregados. Contamos com uma equipe de especialistas em diversas áreas da limnologia que tem trabalhado para tornar o monitoramento adequado e uniforme, de tal forma que os dados obtidos possam ser utilizados pela própria Empresa em todas suas unidades e por nossos parceiros, com o objetivo de fazer uma avaliação espacial e temporal da água dos reservatórios.
Monitoramento Sedimentológico
Operamos estações fluviossedimentométricas com o objetivo de monitorar o aporte e deposição de sedimentos nos reservatórios, visando:
- Quantificar e caracterizar os sedimentos trazidos pelos rios em alguns locais de interesse;
- Estimar a vida útil dos reservatórios existentes e dos aproveitamentos futuros;
- Atender as condicionantes ambientais para liberação de Licença de Operação – LO;
- Alertar os órgãos competentes sobre a degradação da bacia hidrográfica;
Subsidiar as ações dos Comitês de Bacias Hidrográficas e ao mesmo tempo atender à Resolução Conjunta ANA/ANEEL nº 3, de 10 de agosto de 2010.
Este monitoramento conta atualmente com estações localizadas em diferentes bacias hidrográficas, que operam em regime detalhado de onde são realizadas frequentemente as medições de descarga sólida, por meio de técnicas de amostragem que permitem, a partir de sua análise, o cálculo do volume transportado.
Esse monitoramento de sedimentos é feito atualmente em 86 estações localizadas nas imediações de cada uma das nossas Usinas Hidrelétricas (UHEs) e das nossas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).
Monitoramento Hidrometeorológico
Iniciamos a operação da rede hidrometeorológica com o propósito de avaliar o potencial hidrelétrico de Minas Gerais. Devido ao crescente desenvolvimento do setor elétrico, foi necessário garantir a operação da rede para assegurar a geração de séries hidrológicas confiáveis, melhorando o planejamento da expansão do setor, além de assegurar a energia firme.
Atualmente, a Cemig opera uma rede hidrometeorológica com 583 pontos de monitoramento, sendo 232 de chuvas, 224 de vazões nos cursos d’água, 74 de acompanhamento dos níveis dos reservatórios e dos rios, e 53 estações climatológicas, que monitoram chuvas, temperatura, umidade do ar, velocidade e direção do vento, radiação solar e pressão atmosférica. Estas estações estão distribuídas em locais estratégicos nos estados de Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina, e seus dados são recebidos em tempo real na sede da Empresa em Belo Horizonte.