Lucro da Cemig cresce 80% no segundo trimestre
Empresa prevê investimentos de quase R$ 3 bilhões este ano.
A Cemig obteve, no segundo trimestre deste ano, um lucro líquido de R$ 1,94 bilhão, o que representa um aumento de 80% em relação ao mesmo período do ano passado, quando teve um lucro de R$ 1,08 bilhão. O lajida (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, excluindo os itens extraordinários que não representam o potencial de geração bruta de caixa, apresentou um crescimento de 39,2%, passando de R$ 948 milhões para R$ 1,32 bilhão, na comparação entre o segundo trimestre deste e o do ano passado.
“Esse resultado significa também a melhor performance sobre as referências regulatórias da história da Cemig. A retomada da economia do país, após a forte influência da pandemia, associada à gestão profissionalizada do negócio, tem trazido os resultados almejados pela atual administração, garantindo os investimentos para o fortalecimento da rede de atendimento ao cliente de Minas Gerais”, avaliou o presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho.
Para este ano, a Cemig prevê o investimento de quase R$ 3 bilhões, R$ 1 bilhão a mais do que no ano passado. Atualmente, a Cemig executa o maior plano de investimento da história da companhia. Até 2025, serão investidos R$ 22,5 bilhões em geração, transmissão e distribuição de energia, geração distribuída e comercialização de gás. Apenas no sistema elétrico de distribuição, que atende mais de 8,7 milhões de clientes, serão R$ 12,5 bilhões em investimentos, com foco na modernização da rede, de forma a induzir o desenvolvimento econômico do estado de Minas Gerais.
O resultado no segundo trimestre de 2021 foi positivamente influenciado ainda pelo reconhecimento do ressarcimento do risco hidrológico (GSF), pela antecipação de receita referente à prestação de serviços de comercialização, decorrente de negociação com consumidor livre, e pelo recálculo do componente financeiro da remuneração do sistema existente da rede básica. Houve ainda um aumento de 12,4% na energia distribuída, e o volume de gás vendido pela Gasmig cresceu 85,7%, em comparação com o segundo trimestre do ano passado, em função da forte recuperação do segmento industrial e do despacho de térmicas.
Qualidade no atendimento
O impacto na qualidade do fornecimento de energia aos clientes já pode ser sentido com a melhoria contínua do DECi, índice que mede a duração equivalente por consumidor das interrupções de energia na rede da distribuidora. No período de julho do ano passado a junho deste ano, o índice foi de 9,46 horas, abaixo do registrado em 2020, de 9,57 horas, o menor da história da Cemig.
Reajuste zero
Neste ano, assim como no ano passado, a Cemig submeteu à Aneel proposta de antecipação da devolução para os consumidores da área de concessão da Cemig Distribuição. Dessa forma, a companhia devolveu cerca de R$ 1,5 bilhão aos seus clientes como parte dos recursos levantados judicialmente em função do trânsito em julgado da ação que questionou a inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS-Pasep/Cofins das faturas de energia. Em 2020, os clientes residenciais – atendidos em baixa tensão – tiveram uma redução média de 1,68% nas tarifas de energia, quando foram devolvidos R$ 714,4 milhões aos mineiros. O reajuste médio das tarifas da Cemig, que considera todas as classes de consumo, foi de 1,28%, bem inferior ao das outras distribuidoras em 2021.
Dessa forma, se não fosse a devolução dos recursos aos clientes solicitada pela Cemig, o reajuste tarifário para os mineiros deveria seguir o de outras distribuidoras do país, que superaram o percentual de 10% de aumento em 2021. Em vez de reajuste zero, os clientes residenciais de Minas Gerais teriam percebido um aumento de 2,54%, em 2020, e de 9,59%, neste ano.
Importante destacar que, do valor cobrado na tarifa, apenas 21,9% fica na Cemig Distribuição e se destina a remunerar o investimento, cobrir a depreciação dos ativos e outros custos da empresa. Os demais 78,1% são utilizados para cobrir encargos setoriais (13,8%), tributos pagos aos governos federal e estadual (28,2%), energia comprada (27,7%) e encargos de transmissão (8,4%). Quando a conta chega ao consumidor, ele paga pela compra da energia (custos de geração), pelo transporte (custos de transmissão) e pela entrega (custos de distribuição), além de encargos setoriais e tributos.