Cemig informa sobre a operação da PCH Machado Mineiro – 28/12/2021

A Pequena Central Hidrelétrica de Machado Mineiro possui um reservatório de cerca de 206 hm³ de volume útil e vem desempenhando um importante papel de regularização de vazões ao longo da bacia do Rio Pardo. A usina está localizada entre os municípios mineiros de Ninheira e Águas Vermelhas. Nessa última semana, toda a região do sul da Bahia, bem como a bacia do rio Pardo, vem sofrendo os efeitos de um evento chuvoso excepcional. Ainda assim, o reservatório operado pela Cemig pôde utilizar seu volume vazio para amortecer os efeitos naturais produzidos pelas chuvas ao longo de toda a bacia hidrográfica. Foram feitas pequenas aberturas no vertedouro desde o dia 21/12 para controle do nível. Isso permitiu o acionamento prévio aos órgãos de proteção e defesa civil das cidades, bem como evitou o aumento do nível do rio ao longo do feriado e final de semana, assim como também possibilitou o descasamento com o evento que se configurou ao longo da porção sudeste do estado da Bahia. Ou seja, o volume vazio do reservatório contribuiu para o amortecimento dos efeitos de inundação ao longo da bacia do Rio Pardo, como também para o descasamento com os efeitos já vivenciado na porção baiana.

No domingo, dia 26/12, a Cemig iniciou comunicações junto aos municípios mais próximos ao Rio Pardo (Águas Vermelhas, Ninheira e Cândido Sales), bem como representante da SUDEC Bahia com o aviso das adequações e mudança da política operativa. Já no dia 27/12, novos comunicados foram realizados em reunião da Sala de Crise coordenada pela Agência Nacional de Águas, com representantes da Defesa Civil Estadual de Minas Gerais e da Bahia e órgãos de gestão do recurso hídrico dos estados. Logo após reunião, novos alinhamentos foram realizados junto a representantes do Corpo de Bombeiros da região de Vitória da Conquista.

Na manhã do dia 27/12, quando o nível do reservatório se aproximou do seu máximo operativo, com a permanência da tendência de aumento das vazões que chegam ao reservatório da PCH Machado Mineiro, o vertimento na usina precisou ser ampliado até o patamar de 262 m³/s, lentamente na medida do possível. Tais ampliações vieram sendo realizadas em variações graduais desde 09h45 até atingir esse valor às 14h30 dessa segunda-feira. A partir desse momento, a unidade geradora foi parada em função do início dos efeitos de inundação também da casa de força. Destaca-se que isso não traz risco ao suprimento de energia da região, nem mesmo à barragem, que se encontra em condições monitoradas e com ampla capacidade de repassar eventos de cheias mais significativos, caso necessário.

Às 04h da manhã de hoje (28/12), as vazões que chegam ao reservatório apresentaram novo aumento chegando a 400 m³/s, que implicou no atingimento de 100% de armazenamento (nível máximo operativo). Assim novas manobras nas comportas foram implementadas, totalizando um vertimento de 318 m³/s. Quando um reservatório atinge seu máximo operativo, a operação passa a ser considera a fio d’água, ou seja, toda a água que chega ao reservatório precisa ser repassada para que não ocorra a elevação do seu nível.

Às 9h40 desta terça-feira (28/12), a vazão liberada pela usina era de 527 m³/s, com tendência de ampliação ao longo do dia, pois as vazões afluentes ao reservatório e em postos de monitoramento à montante continuam em elevação. Desta forma, é esperado um agravamento da condição de inundação na calha do Rio Pardo ao longo do dia e início desta quarta-feira, dia 29/12. Com o apoio das prefeituras locais e a Polícia Militar, a ponte que passa sobre a barragem foi interditada, visando evitar a movimentação de veículos de grande porte e de pessoas não ligadas à operação.

Às 12h00, em continuidade aos efeitos de subida das vazões que alimentam o reservatório, um novo patamar de vertimento foi implementado, totalizando 680 m³/s.

A tendência é que fruto das chuvas desde a cabeceira do rio Pardo, nessa segunda e terça-feira, as vazão sigam ampliando ao longo desses próximos dias. Com o evento generalizado ao longo do rio, é visto o aumento nos trechos incrementais, com os afluentes entre a barragem e os municípios baianos já produzindo por si efeitos significativos de vazão.

Ressaltamos que a Cemig permanece monitorando a condição da barragem, que está segura e sem nenhuma anomalia detectada, e vem realizando as comunicações com as Defesas Civis e Prefeituras de forma a informar sobre a situação operativa.

Para dados de tempo real da operação da PCH Machado Mineiro, acesse este link.

Confira abaixo, o papel fundamental dos reservatórios de acumulação na atenuação de cheias, assim como a ação da Cemig junto à população:

Atualização em 06/01/2022 12:00

As vazões afluentes ao reservatório da PCH Machado Mineiro seguem em queda desde o dia 1º, tendo a vazão defluente acompanhado a redução da afluência verificada ao longo destes últimos dias. A partir do dia 4 as vazões defluentes foram reduzidas a patamares que já não ocasionam inundações à jusante.

Atualização em 01/01/2022 21:00

As vazões afluentes ao reservatório da PCH Machado Mineiro permaneceram elevadas desde a última atualização, atingindo um pico de 780 m³/s às 10:00 do dia 1º de janeiro. A defluência neste período foi sendo elevada de forma gradual, conforme acordado com as COMPDECs da região, à medida que a vazão afluente e o nível do reservatório se elevavam. O pequeno volume útil ainda disponível foi utilizado para amortecer a cheia afluente, permitindo a retirada antecipada da população ribeirinha afetada.
A defluência da PCH atingiu o máximo de 746 m³/s às 00:05 do dia 1º, sendo reduzida para 713 m³/s às 03:42 e novamente elevada à 750 m³/s às 19:32, vazão esta que deve ser mantida nas próximas horas.
O acompanhamento de trechos do Rio Pardo à montante da PCH Machado Mineiro associado à não ocorrência de chuvas significativas desde o último dia 28/12 indicam que as vazões afluentes ao reservatório devem reduzir já a partir do final do dia de hoje.

Atualização em 31/12/2021 10:00

Nessa manhã de sexta-feira, dia 31/12, são vistos os primeiros efeitos das chuvas que se concentraram na cabeceira do rio Pardo chegando à PCH Machado Mineiro. Esse aumento vazão que chega ao reservatório provocou uma nova elevação de 22 cm no armazenamento, dentro da faixa operativa normal do reservatório, mas principalmente, auxiliando às defesas civis locais de terem tempo hábil de receber a informação e avaliar ações adicionais.

Dessa maneira, às 09h40 foi ampliado o vertimento na PCH Machado Mineiro, repassando esses efeitos da cheia natural que escoa da cabeceira do rio Pardo. A manobra realizada aumenta a vazão liberada para cerca de 522 m³/s.

O dados dos pontos de monitoramento da Rede Hidrometeorológica Nacional que se localizam à montante, no trecho de rio acima do reservatório, tiveram seu limite de medição de nível extrapolados no dia 29/12. Porém ainda é estimado que a condição de aumento das vazões continue ao longo do dia.

Atualização em 30/12/2021 10:00

As vazões afluentes ao reservatório seguem estáveis, próximas ao patamar de 400 m³/s. Na noite do dia 29/12, às 21:30, foi reduzida a defluência da PCH Machado Mineiro ao patamar de 412 m³/s, equalizando a liberação de água com o que está sendo recebido no reservatório. A operação ao longo do dia seguirá esta tendência, ajustando a vazão defluente de acordo com a afluência verificada no reservatório.

Atualização em 29/12/2021 10:00

Ao longo dessa manhã de quarta-feira, dia 29/12, as vazões que chegam ao reservatório da PCH Machado Mineiro iniciaram sua tendência de queda, sem a ocorrência de novos eventos chuvosos na região.

Às 00h00 o primeiro patamar de redução de liberação de vazões no reservatório, diminui a defluência para o patamar de 570 m³/s, 15% a menos do valor do dia anterior.

Seguindo a queda de vazões, às 05h40 foi implementada nova redução, passando a liberação de vazão para 533 m³/s.

Às 09h40, nova redução implementada, totalizando 465 m³/s de vazão.

Para as condições dos municípios ao longo do rio Pardo, já possível acompanhar a redução do nível d’água no distrito de Vereda do Paraíso já às 03h45 (município de Ninheira-MG) bem como em Cândido Sales-BA, desde às 06h00. As medições de nível nesses pontos é realizada pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM), que segue no apoio ao monitoramento e emissão de Boletim para toda a bacia do rio Pardo.