Cemig esclarece sobre operação da PCH Rio de Pedras, em Itabirito -10/02/2022
Em função das informações desencontradas veiculadas em aplicativos de mensagens sobre a Pequena Central Hidrelétrica Rio de Pedras, em Itabirito, a Cemig esclarece que as comportas da instalação se encontram abertas dentro da normalidade e com vazão defluente (liberada pela usina) controlada.
A Cemig, responsável pela operação da PCH Rio de Pedras, realiza o monitoramento da bacia hidrográfica do Rio das Velhas e realiza comunicações com os órgãos de Proteção e Defesa Civil para alerta de cheias na bacia, até o município de Sabará. É importante esclarecer que, como a Cemig tem estações de monitoramento em toda a região, os engenheiros de operação de reservatórios da empresa entraram em contato com as defesas civis dos municípios de Raposos, Rio Acima, Nova Lima e Sabará para informar sobre o aumento do nível do Rio Itabirito, localizado a jusante (depois da PCH) de Rio de Pedras. Esse rio é afluente do Rio das Velhas e não passa pela Pequena Central Hidrelétrica de Rio de Pedras.
No momento da comunicação da Cemig com as defesas civis municipais, às 2:30 do dia 10/02, a vazão do Rio Itabirito estava em 110 m³/s. Dessa forma, com liberação de 10 m³/s da PCH Rio de Pedras chegou-se à vazão de início de comunicação acordada com os órgãos responsáveis pela segurança da população, que é de 120 m³/s.
Essa comunicação não significa inundação, mas é importante para que as defesas civis avaliem a necessidade de medidas para retirar a população ribeirinha do entorno do rio das Velhas, em caso de continuidade do aumento do evento hidrológico. Mas, logo em seguida, a partir das 3h da madrugada de hoje (10/2), a vazão do Rio Itabirito já começou a cair, retornando a uma condição de normalidade. Às 17h desta quinta-feira (10/2), a vazão no Rio das Velhas após o Rio Itabirito se encontra em 90 m³/s. A Cemig segue monitorando e há previsões de chuvas até o fim desta semana para a região, indicando que a vazão pode voltar a subir.
Para saber informações da usina em tempo real, a Cemig disponibiliza o aplicativo Prox, onde a população pode acompanhar em tempo real a variação dos níveis e vazões dos rios e reservatórios da região. A companhia desenvolveu esse aplicativo com o objetivo de disponibilizar mais um canal de informações para as populações influenciadas pela operação dos seus reservatórios. A ferramenta permite uma comunicação mais efetiva com a comunidade, bastando apenas o download gratuito do aplicativo (loja Play Store-Android e Apple Store-iOS).
Sobre a PCH Rio de Pedras
A PCH Rio de Pedras possui um reservatório considerado como fio d’água, ou seja, não é capaz de regularizar vazões e as vazões defluentes (liberadas) são sempre do mesmo patamar das vazões afluentes (recebidas).
Vale a observação de que a PCH Rio de Pedras libera suas vazões no Rio das Velhas, mas logo após a usina o Rio das Velhas recebe contribuição significativa do afluente Rio Itabirito (não controlado pela usina), que com frequência apresenta elevadas vazões. No trecho do Rio das Velhas após a usina, percorrendo os municípios de Rio Acima, Raposos, Nova Lima e Sabará, ainda há a contribuição de diversos outros rios (do Peixe, Ribeirão Macacos, Ribeirão Cambimba, Córrego Cortesia e Ribeirão do Cardoso), que contribuem com a vazão do Rio das Velhas.
A distância entre a PCH Rio de Pedras e as cidades após a usina significa que a área total que drena as chuvas para estas cidades é muito superior do que a área que produz água para o reservatório. A título de exemplo, ao considerar a área de captação de chuvas (área de drenagem da bacia), a estação de monitoramento de Raposos (50 km de distância ao longo do Rio das Velhas) possui uma área total de 1.450 km². Ao comparar com a área de captação do reservatório, o valor cai para 38% do valor em Raposos (564 km²). Ou seja, a produção de água a partir de eventos chuvosos é muito maior para o trecho entre a barragem de Rio de Pedras e a Raposos do que o reservatório consegue produzir sozinho.