Cemig alerta para a possibilidade de baixos armazenamentos nos reservatórios das usinas de Emborcação e Nova Ponte
Cemig alerta para a possibilidade de baixos níveis de armazenamento nos reservatórios das usinas de Emborcação e Nova Ponte, localizadas no Triângulo Mineiro.
Diante do contexto de escassez de recursos hídricos na Região Hidrográfica do Rio Paraná, a Cemig vem a público alertar sobre o risco de baixos níveis d’água neste ano nos reservatórios das Usinas Hidrelétricas de Nova Ponte – no Rio Araguari, e Emborcação – no Rio Paranaíba, localizadas na região do Triângulo Mineiro e operadas pela companhia em conjunto com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
Como estão os reservatórios?
Em 30 de junho de 2021, o volume útil do reservatório da UHE Emborcação estava em 18,44%, enquanto o reservatório da UHE Nova Ponte apresentava 14,98%. Para ambos os reservatórios, esses são os piores volumes já verificados no histórico para o mês de junho.
Os demais principais reservatórios operados pela Cemig – a saber, Camargos, Irapé, Três Marias, Queimado e Cajuru – encontram-se em situações normais de armazenamento. Apesar da natural diminuição do volume útil nos próximos meses de seca, os volumes mais baixos previstos estarão acima de valores já observados em anos anteriores. Os armazenamentos de todos os principais reservatórios da Cemig, para o último dia do mês de junho de cada ano, estão apresentados no gráfico a seguir.
Por que os reservatórios do Triângulo Mineiro estão vazios?
Em 1º de junho de 2021, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), declarou a situação crítica de escassez dos recursos hídricos na Região Hidrográfica do Paraná, que compreende as bacias dos Rios Paranaíba e Araguari, dentre outras. Esta declaração é consequência da sequência de anos com chuvas abaixo da média na região. Para a bacia do Rio Paranaíba, a precipitação anual média desde 2011 equivale a cerca de 60% da precipitação média histórica anual.
Como consequência da utilização dos recursos armazenados em anos anteriores ao longo da última estação seca e o déficit acumulado de chuvas, os principais reservatórios da região Sudeste e Centro-Oeste do país estão com baixos níveis de armazenamento após o término da estação chuvosa 2020/2021. Somado a isso, há a necessidade de utilização de todos os recursos armazenados nos reservatórios das bacias do Rio Paraná para o atendimento de restrições hidráulicas na bacia e atendimento eletroenergético do país nos próximos meses. Tais restrições são volumes mínimos de água que devem ser repassados rio abaixo para garantir a vida aquática e mitigar demais impactos ambientais. Assim, é esperado que os armazenamentos das UHE Nova Ponte e UHE Emborcação, bem como de outras usinas na região, atinjam níveis mínimos recordes neste ano, nunca vivenciados no histórico de operação dos reservatórios.
O que tem sido feito para controlar a situação?
Buscando poupar o esvaziamento dos volumes destes reservatórios, o ONS vem viabilizando a flexibilização de restrições hidráulicas nas demais usinas da Região Hidrográfica do Paraná, da demanda de energia, entre outros fatores. Alguns cenários de simulações futuras indicam armazenamentos nos reservatórios de Emborcação e Nova Ponte em níveis próximos ao mínimo operativo (1%) ao final da estação seca. Cabe ressaltar que estes reservatórios têm sua operação e despacho energético coordenados pelo ONS, que é responsável pela definição da política operativa dos reservatórios de forma a atender as necessidades do Sistema Interligado Nacional (SIN).
Além disso, a área ambiental da Cemig está monitorando os pontos críticos nos reservatórios que possam apresentar algum tipo de problema com a ictiofauna ou alterações na qualidade da água, com intuito de evitá-los.
Vai faltar energia na região dos reservatórios?
É importante esclarecer que o abastecimento elétrico no Brasil vem de um sistema que é interligado, o SIN, que garante o suprimento energético como um todo. Desta forma, o abastecimento energético não é uma questão regional, mas de gestão nacional pelo ONS.
Contando com a malha de transmissão que interliga o país, quando temos um déficit de capacidade de geração em determinada região, a energia necessária para o suprimento vem de outras regiões, o que garante o suprimento energético do SIN. Então, o ONS é o responsável pelo atendimento da demanda energética e vem fazendo a gestão para que o suprimento energético seja atendido e não falte energia em todo o território brasileiro.
Como posso me preparar?
De forma a alertar aos usuários e a população do entorno dos reservatórios sobre a possibilidade de recordes negativos de armazenamento, a Cemig elaborou dois mapas, disponíveis no Google Maps, e que podem ser acessados nos links a seguir:
UHE Emborcação: https://bit.ly/EMBORCACAO_MINIMOSOPERATIVOS
UHE Nova Ponte: https://bit.ly/NOVAPONTE_MINIMOSOPERATIVOS
Nos mapas, é possível visualizar o nível dos reservatórios no mês de junho e o perímetro do reservatório projetado para o nível mínimo em cada reservatório.
Dada a possibilidade de atingimento destes níveis mínimos nos próximos meses, é necessário que os usuários se atentem à necessidade de realocação de infraestruturas localizadas no reservatório, como tablados flutuantes para pescaria, bombas flutuantes para captação de água, tanques-rede para piscicultura, dentre outras estruturas, para pontos mais profundos do reservatório, localizados no interior do perímetro correspondente ao nível mínimo.
Onde posso acompanhar os armazenamentos no dia a dia?
A Cemig vem acompanhando constantemente a condição de seus reservatórios e as perspectivas para os próximos meses, de forma a contribuir para o atendimento ao uso múltiplo das águas.
Com o objetivo de buscar um relacionamento mais próximo e transparente junto à comunidade e órgãos de Defesa Civil, a Cemig desenvolveu o aplicativo Proximidade, disponível de forma pública e gratuita para Android e iOS. No app é possível configurar quais são as usinas de interesse e visualizar, em tempo real, qual a condição operativa de cada reservatório (níveis, percentual de armazenamento, vazões afluentes e defluentes, além do monitoramento dos rios afluentes aos reservatórios).
Posso utilizar ou ocupar as áreas que surgirão com a rebaixamento do reservatório?
A Cemig, como detentora da concessão de serviço público, deve cumprir todas as determinações emanadas do Poder Concedente, a União Federal, dentre elas garantir que não haja ocupações irregulares nas áreas de abrangência de suas usinas, o que inclui toda área desapropriada para formação dos reservatórios.
Para garantir que essas áreas não sejam ocupadas por terceiros, a Cemig realiza constantemente fiscalizações em suas áreas, seja por meio de inspeções em campo (equipe de fiscais) ou utilizando tecnologias de ponta com o uso de imagens de satélites.
Caso sejam identificados ocupantes irregulares, os mesmos serão notificados, podendo ter que responder em juízo pelos impactos e danos causados pela ocupação irregular.
Assim, não utilize ou ocupe as áreas indevidamente. Na dúvida, consulte sempre a Cemig.