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Cemig esclarece situação de seus reservatórios hidrelétricos em Minas Gerais

Com o objetivo informar à população sobre a operação de suas usinas, a Cemig esclarece que os reservatórios sob sua gestão estão operando dentro dos parâmetros normais de segurança e monitoramento . A companhia reforça seu compromisso com a transparência e a segurança das comunidades.

17/01/25

Atualmente, a Cemig opera 30 reservatórios de usinas hidrelétricas no Brasil, sendo 9 com característica de reservatório de acumulação e os demais com operação em regime fio d’água.

Nesse sentido, em algumas regiões, a empresa tem instalado placas de sinalização nas áreas próximas às barragens para atendimento à Lei de Segurança de Barragens. Trata-se, então, de procedimento obrigatório que visa à segurança da população, conforme determina a referida Lei.

Como foram as chuvas nesse início de janeiro?

O mês de janeiro de 2025 registrou uma primeira quinzena com chuvas mal distribuídas em Minas Gerais. Enquanto boa parte do Triângulo Mineiro, Oeste, Sul de Minas e Zona da Mata apresentavam chuvas bem abaixo do esperado, as regiões Norte, Central e os Vales dos Rios Doce, Mucuri e Jequitinhonha apresentavam valores expressivos e acima da média do mês.

Em algumas localidades do Noroeste, Vale do Jequitinhonha e Doce ocorreram volumes de chuva superiores aos 300 mm, o que supera a média de todo o mês de janeiro, enquanto no Sul de Minas e no Triângulo Mineiro as chuvas não atingiram nem 20% da média mensal.

Esse grande volume de chuvas na faixa norte do estado deveu-se à ocorrência de um episódio de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). Esse fenômeno climático se caracteriza pela formação de faixas de nuvens carregadas que provocam chuvas intensas e persistentes. Em Minas Gerais, ele está atuando desde  7 de janeiro deste ano, mas atualmente se encontra em fase de declínio.

Os mapas abaixo apresentam os totais de chuvas registrados (Mapa 01) e os desvios mensais com relação à média histórica (diferença entre a chuva ocorrida e a chuva média mensal) do mês (Mapa 02), com destaque para o contorno das bacias hidrográficas das usinas operadas pela Cemig.

Mapa 01 – Precipitação Acumulada (mm) até o dia 15/01/2025

Mapa 02 – Desvios de precipitação (%) com relação à média histórica de janeiro até o dia 15/01/2025

O Papel dos Reservatórios

Reservatórios de acumulação são fundamentais para regularizar os fluxos dos rios, armazenando água em períodos de cheia e liberando-a de forma controlada. Algumas das hidrelétricas operadas pela Cemig possuem reservatórios com essa característica, o que garante não só a geração de energia elétrica ao longo de todo o ano, mas também contribui na mitigação de impactos causados por eventos climáticos extremos durante as estações chuvosas (Reservatórios de acumulação: saiba o que são).

Com o reenchimento gradual dos reservatórios de acumulação em períodos de chuva, torna-se necessário, a partir de determinado limite, ampliar a liberação de água. Isso pode incluir o uso dos vertedouros, que funcionam como o “ladrão” de uma caixa d’água, liberando o volume excedente de forma controlada e garantindo a segurança estrutural das barragens (O papel dos reservatórios de acumulação em períodos chuvosos).

Além de hidrelétricas com reservatórios de acumulação a Cemig também opera usinas que não possuem capacidade de acumular volumes significativos de água e que, portanto, são incapazes de controlar a vazão natural dos rios, de modo que não permitem controlar ou atenuar cheias. Esse é o caso dos reservatórios denominados a fio d’água, cuja operação consiste basicamente em repassar todo o volume de água que é naturalmente transportado pelos rios (Reservatórios a Fio D’água).

 

Os reservatórios já estão cheios e as comportas foram abertas?

Apesar das chuvas intensas registradas em diversas regiões, os reservatórios ainda estão em fase de reenchimento, e a operação está voltada ao controle do volume de espera, ou seja, a manter um espaço vazio nos reservatórios para armazenar parte dos elevados volumes de água que podem chegar durante eventos de cheias de maior magnitude. Até  dia 16 de janeiro, não foi necessária a abertura de comportas em muitos reservatórios. Vale ressaltar que a operação de comportas é parte da rotina dos empreendimentos e pode ocorrer por diferentes razões, como controle de nível ou manutenção preventiva, nem sempre estando associada a situações de inundações.

As intensas chuvas registradas em algumas das bacias hidrográficas das usinas têm sido amortecidas pelos reservatórios de acumulação da Cemig, que iniciaram o ano com volumes reduzidos e agora ganham nível gradualmente. Essa gestão contribui para evitar impactos mais severos nas áreas ribeirinhas a jusante. Abaixo, seguem destaques de alguns reservatórios:

  • Três Marias (rio São Francisco): com afluência (água que chega à usina) de 2.350 m³/s e defluência (água liberada pela usina) de 450 m³/s, o reservatório opera com 66,7% de seu volume útil. A liberação tem sido ampliada gradualmente na última semana, mas ainda sem necessidade de abertura de comportas do vertedouro.
    O controle de cheias do reservatório de Três Marias desempenha papel fundamental na proteção das comunidades a jusante (abaixo da usina), especialmente no trecho até o município de Pirapora, onde as vazões liberadas pela usina têm maior influência. Em municípios mais ao norte, como São Francisco e São Romão, os níveis elevados do rio São Francisco são predominantemente causados por grandes afluentes, como os rios Abaeté, das Velhas e Paracatu, cujas vazões naturais superam amplamente o volume de água liberado pela usina. Isso reflete a vasta área de drenagem a jusante, onde as cheias resultam de fatores naturais. A influência direta do controle de cheias da usina concentra-se no trecho até Pirapora, com planos operativos elaborados para minimizar impactos nessa área.
  • Cajuru (rio Pará): com picos de afluência de até 265 m³/s na primeira quinzena de janeiro, e defluência máxima de 150 m³/s, o reservatório atingiu o volume útil de 45,4%, e tem evitado inundações significativas nas áreas ribeirinhas, mesmo após as chuvas intensas registradas na região de Divinópolis no dia 14 de janeiro.
  • Irapé (rio Jequitinhonha): mesmo tendo registrado a maior afluência desde 1991/1992, com 2.580 m³/s, o reservatório libera apenas 49 m³/s, mantendo 69,4% de seu volume útil. Essa operação tem sido essencial para conter o impacto das vazões elevadas no rio Jequitinhonha a jusante, considerando que o afluente rio Araçuaí, não controlado pela usina, também apresenta volumes expressivos. Sem o armazenamento proporcionado pela UHE Irapé, a soma dessas vazões resultaria em consequências muito mais graves para as cidades ribeirinhas.
  • Machado Mineiro (rio Pardo): operando com 76,7% de volume útil, o reservatório mantém defluências controladas (103 m³/s), com comportas abertas para auxiliar no controle de nível. As vazões seguem dentro dos limites seguros e abaixo dos níveis de inundação mapeados.

Outros reservatórios operados pela Cemig, localizados em bacias que não enfrentam eventos recentes de cheia, continuam contribuindo para o fornecimento de energia limpa e segurança hídrica. Esses reservatórios apresentam os seguintes níveis: Camargos (60,7%), Theodomiro Carneiro Santiago – Emborcação (43,4%), Nova Ponte (49,1%) e Queimado (53,2%). Apesar de operarem abaixo da capacidade máxima, eles permanecem dentro de condições normais de segurança. Até o momento, nenhuma dessas usinas efetuou abertura de comportas no período úmido 2024/2025.

Nos rios Pará, Jequitinhonha e Pardo, observa-se uma dinâmica semelhante à do rio São Francisco: as áreas a jusante recebem contribuições de afluentes com vazões não controladas pelas usinas, resultando na elevação natural dos níveis dos rios. Quanto mais distante das usinas, maior a influência das vazões naturais e menor a relação direta com a operação das barragens.

Como está a previsão para os próximos dias?

A previsão é de que os volumes de chuva diminuam para os próximos dias, principalmente a partir da sexta (17/01) devido à dissipação da ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul), levando à ocorrência de pancadas isoladas, mas por vezes intensas, até a última semana do mês. A partir de 25 de janeiro é esperado um aumento das chuvas, principalmente no Sul de Minas e Triângulo Mineiro, na divisa com São Paulo.

As vazões em alguns rios ainda permanecerão elevadas, consequência das chuvas já ocorridas nos últimos dias, o que exigirá elevações pontuais da liberação de água em algumas usinas, mas sem perspectiva de violação dos limiares de inundação.

Até o final do período chuvoso a operação dos reservatórios será direcionada ao controle do volume de espera para cheias e ao gradual reenchimento. A expectativa é de que a maior parte dos reservatórios da Cemig terminem a estação chuvosa com níveis superiores aos do ano anterior, criando uma reserva estratégica para o período de estiagem.

Transparência e Acompanhamento em Tempo Real

A Cemig disponibiliza informações detalhadas sobre os níveis, vazões e volumes úteis de seus reservatórios por meio do aplicativo Prox (Android e iOS) e no site oficial da empresa, na página de cada usina (Cemig). Além disso, em caso de previsão de violação dos limites de inundação mapeados para seus reservatórios, a Cemig sempre comunica as Defesas Civis, os órgãos de resposta e outras autoridades competentes com antecedência.

Além dos dados disponibilizados pela Cemig, o Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) monitora várias bacias hidrográficas por meio do Sistema de Alerta de Eventos Críticos (SACE), ampliando a cobertura de informações relevantes sobre as condições dos rios e possíveis eventos críticos. O SACE está disponível para várias bacias hidrográficas (Doce, São Francisco, Velhas) e pode ser acessado através do site oficial: https://www.sgb.gov.br/sace/.