Cemig reforça cuidados com instalação de equipamentos para evitar incêndios por sobrecargas
Circuitos elétricos dos imóveis devem passar por revisão para incorporação de aparelhos que demandam mais consumo de energia
14/01/25
Os eletrodomésticos são alguns dos equipamentos mais trocados pelos brasileiros no início do ano, impulsionados, principalmente, pelas promoções de queima de estoque do período. Por isso, a Cemig orienta sobre cuidados na instalação de equipamentos elétricos em comércios e residências. A falta de estrutura nas instalações elétricas internas pode representar risco de interrupção de energia ou mesmo causar sobrecarga, provocando incêndios e graves acidentes.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), o número de incêndios no Brasil causados por sobrecargas elétricas saltou de 200, em 2013, para 963, em 2023, um aumento de quase quatro vezes. Neste período, as mortes subiram de 16 para 67 em todo o país, o que significa um acréscimo de mais de três vezes em uma década.
Em um estudo publicado recentemente, a Abracopel aponta que em 2024 as ocorrências por incêndios provocadas por sobrecargas subiram para 1.180 incidentes no Brasil, um aumento de 22,5%. Contudo, o número de mortes por esse tipo de acidente reduziu 25,4% – no ano passado foram 50 fatalidades em todo o país.
De acordo com o engenheiro eletricista da Cemig, Demetrio Aguiar, instalar novos equipamentos sem a devida atenção à capacidade da rede elétrica pode resultar em consequências graves, como curtos-circuitos e incêndios.
“A queima frequente de fusíveis e o desarme constante de disjuntores são sinais claros de que a instalação elétrica está sobrecarregada e precisa de atenção. Em construções mais antigas, a fiação pode estar defasada ou inadequada para suportar a demanda de energia de aparelhos modernos, como ar-condicionado, air fryer e forno elétrico”, destaca.
Demetrio Aguiar também orienta que, ao adquirir um novo aparelho, especialmente aqueles com alto consumo de energia, é importante consultar um eletricista para verificar se a instalação elétrica atual suporta a nova carga. Além disso, é importante que as pessoas, no ato da compra, fiquem atentos à eficiência do equipamento para evitar a compra de aparelhos que desperdicem energia.
“Aparelhos que demandam alta potência podem exigir tomadas específicas e fiação de maior capacidade. Pode parecer uma questão simples, mas isso é fundamental para que seja evitadas situações de sobrecarga no circuito elétrico”, alerta.
“Na aquisição de qualquer um deles deve-se dar preferência para aqueles com o selo Procel ou categoria ‘A’ – mais eficientes. Esse selo indica ainda o consumo provável mensal devido a sua utilização”, completa.
O especialista da Cemig destaca que é importante contratar profissionais qualificados para executar qualquer serviço elétrico da residência ou comércio. Demetrio Aguiar alerta ainda que só um profissional especializado é capaz de elaborar um projeto elétrico com o dimensionamento correto para não haver esse tipo de problema.
“Sem o conhecimento técnico, é comum que, em casos de sobrecarga, se troque apenas o disjuntor ou a chave fusível, e a fiação continue recebendo energia além do previsto, uma situação de altíssimo risco para incêndio”, explica.
Evite usar multiplicadores de tomadas
A sobrecarga também pode ocorrer devido ao uso inadequado das instalações elétricas, por exemplo, a utilização de Ts, benjamins ou extensões que podem triplicar a corrente de energia em uma única tomada da instalação.
“As ‘gambiarras’ e os ‘jeitinhos’ nas instalações elétricas são totalmente desaconselháveis e perigosos. Por isso, é fundamental que toda a casa tenha um projeto elétrico, o que facilita a manutenção e até a avaliação para o acréscimo de novas cargas no imóvel”, destaca.
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