Queda de árvores é a principal causa de desligamentos acidentais em Minas Gerais
Para minimizar os danos ao sistema elétrico de distribuição, a Cemig investiu mais de R$ 110 milhões em manutenção preventiva a fim de diminuir estes impactos para a população
A Cemig registrou, no ano passado, quase 44 mil ocorrências de falta de energia causadas pela queda de árvores ou pelo contato de galhos e folhas nos cabos elétricos. Esse tipo de ocorrência, envolvendo vegetação, é a principal causa de desligamentos acidentais apurados pela companhia, e deixou um grande número de consumidores sem luz em 2022.
Visando minimizar os danos causados ao sistema elétrico, a Cemig investiu mais de R$ 110 milhões em manutenção preventiva na sua rede de distribuição em Minas Gerais, que contemplou, dentre outras ações, a poda de dezenas de milhares de árvores em conflito com a rede e a limpeza de faixa em milhares de Km nos circuitos e linhas rurais.
Apesar deste grande investimento, o plantio de espécies adequadas e a manutenção da vegetação em distância segura da rede elétrica são soluções que fazem parte de um bom plano de arborização urbana e que podem ser observadas pela população em geral. Além disso, a Cemig orienta para que a poda de árvores seja realizada por pessoas habilitadas e seguindo procedimentos de segurança. A vegetação nativa, por lei, não pode ser cortada a menos que cause risco de vida.
Plantio correto
Segundo Marina Moura de Souza, engenheira de Meio Ambiente da Cemig, nas áreas urbanas, as regras para o plantio de árvores devem ser elaboradas pelos órgãos gestores municipais e devem orientar tanto sobre as espécies mais adequadas quanto sobre a forma de plantio e condução da muda. “Normalmente, as espécies mais indicadas para plantios sob as redes de energia são aquelas que apresentam crescimento mais lento e, quando adultas, atingem pequeno porte. Não é indicado o plantio de espécies como palmeiras e coqueiros sob as redes, nem de outras árvores que crescem muito, como por exemplo os Fícus, Castanheiras e Leucenas”, orienta a especialista da companhia.
Já na zona rural, as ocorrências no sistema elétrico relacionadas à vegetação são mais recorrentes e acontecem principalmente em locais onde há plantações de árvores dos gêneros pinus e eucaliptos. “Nestes locais, a Cemig recomenda que o plantio respeite as distâncias mínimas da rede elétrica, para o eucalipto, por exemplo, que pode atingir até 30 metros de altura, deve ser mantida a distância de 40 metros (20 em cada lateral) no entorno da rede. Isto garante menos episódios de falta de energia, mas acima de tudo evita riscos e acidentes”, explica Marina Moura.
Além da queda das árvores sobre a rede, também pode ocorrer a falta de energia quando a casca do eucalipto começa a soltar e é levada pelo vento, enroscando nos fios. Há outras situações em que o tronco pode balançar devido ao vendo, batendo nos cabos e retornando ao estado normal. Situações como esta criam dificuldades para equipes da Cemig identificarem onde está realmente o defeito causador da interrupção da energia. Com isso, o reestabelecimento completo do sistema pode demorar um pouco mais que o tempo médio.
Poda de árvores em propriedades particulares
Apesar de parecer comum, o procedimento de poda de árvores em uma residência, sítio ou qualquer outra situação deve ser feito com muita atenção e cuidado, principalmente para se evitar acidentes com a rede elétrica. Por isso, o serviço deve ser sempre feito por um profissional capacitado e treinado. Além disso, se a poda for próxima à rede elétrica, é importante o contato com a Cemig, por meio do telefone 116 – Fale com a Cemig, para avaliação dos riscos.
É importante destacar que a responsabilidade de poda de árvore no interior das propriedades é do dono do imóvel. Por isso, o gerente de Segurança do Trabalho da Cemig, Lauro Fernando Ribeiro, destaca que o simples fato de um galho ou equipamento utilizado para a poda aproximar ou tocar na fiação, pode causar um acidente e falta de energia. Além disso, mesmo se um choque elétrico não for fatal, ele pode fazer com que a pessoa caia de uma altura considerável e causar sequelas graves ou até a morte.
“Caso seja necessário desligar a rede elétrica da região, a companhia vai agendar uma data com o cliente para poder avisar a todos os moradores que será necessário interromper o fornecimento de energia para a realização do serviço. Por isso, também é essencial que todos os clientes da companhia mantenham seus cadastros atualizados na empresa por meio dos canais de atendimento para receber esses comunicados”, explica Lauro Ribeiro.
Solicitações de podas em vias públicas
Há dois tipos de podas de árvores em vias públicas: o programado ou o emergencial. Em ambos, a Cemig é autorizada a realizar a poda apenas nas árvores que estiverem em conflito com a rede elétrica e provocando faiscamento, oscilação de tensão ou forçando os cabos de energia. Nos outros casos, a população deve solicitar o serviço para a prefeitura municipal ou, caso haja situações emergenciais, o Corpo de Bombeiros.
Marina Moura explica que a técnica de poda utilizada pela Cemig é a poda direcional, que respeita os mecanismos naturais de rejeição de galhos pelas árvores. Nesse procedimento, as copas das árvores são conduzidas para fora dos cabos da rede de distribuição e apenas os galhos que estiverem crescendo em direção aos condutores são podados. “Aqueles que não estiverem crescendo em direção à rede permanecem na árvore, e seu crescimento prossegue normalmente, não prejudicando assim a vegetação. Esse procedimento é respaldado por uma norma técnica aprovada no Brasil, baseada em recomendações da Sociedade Internacional de Arboricultura (International Society of Arboriculture – ISA)”, completa a engenheira da Cemig.
Crédito da foto: Arquivo/Cemig
Sugestão de legenda: Não é indicado o plantio de espécies como palmeiras e coqueiros sob as redes de energia, nem de outras árvores que crescem muito, como por exemplo os Fícus, Castanheiras e Leucenas.
Multimídia
Fonte do material multimídia: Marina Moura de Souza, engenheira de Meio Ambiente da Cemig